quinta-feira, 22 de abril de 2010

O futuro dos livros

Acabei de ler uma revista na qual continha uma reportagem sobre a substituição dos livros. Sim, aquele conjunto de papéis com letras a tinta e uma capa ilustrativa terá seu fim. É o que afirma pesquisadores. Inventaram, já há algum tempo, um mini-monitor portátil que simula um papel e não há presença de luz na tela, o que não causa aquele cansaço na vista.

Entretanto, essa invenção não conseguiu desbancar o livro. Claro. Livro é livro. Particularmente, consigo me infiltrar mais na história quando tenho esse futuro-obsoleto conjunto de papéis em mãos. Mais ainda: esse meu envolvimento vai além do eu-trama para o eu-objeto. Não entendeu? Eu explico. Crio um sentimento com aquilo que leio. É como se aquelas páginas fossem a ponte para se chegar à história. Eu posso tocá-la!

Como uma assídua devoradora de livros, recordo-me muito bem da minha tristeza ao terminar de ler toda a série Harry Potter. Que fique entre nós, mas eu abracei aquele último livro como alguém abraça um amigo que não verá por um bom tempo. E aquele abraço me confortou.

Falando nisso, nunca me esquecerei do dia mais decepcionante da minha vida. Era uma manhã comum de domingo, tediosa se não fosse por um motivo: no dia seguinte, completaria 11 anos de idade. Sabe-se que meu ídolo de infância citado anteriormente foi chamado para estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts ao completar seu décimo primeiro aniversário, recebendo uma carta através de uma coruja. Pois bem. Eu também esperei essa carta! Para a surpresa de todos, ela não chegou. Acredita?

Voltando ao assunto das invenções, criaram também o iPad que se constitui de uma tela maior, mais elaborada, mas com luz no visor. Falharam novamente. Agora, estão tentando conciliar a primeira invenção com a segunda. Será que não cansam? Apostam no sucesso total, assim como o fim do vídeo-cassete.

O fato é que é tão bom ter os livros ao nosso alcance, senti-lo com as mais variadas percepções organolépticas e observar aquela estante cheia. E outra: a única coisa que meus pais nunca rejeitam comprar quando peço é o livro. Então, pra que acabar com eles?!

Pode ser uma ameaça esse nosso futuro tecnológico, mas certas coisas são eternas. O livro vai sumir. Ah, a carta que espero desde os 11 anos também vai chegar.



ps.: crônica criada para o jornalzinho de minha escola. Sob pressão as coisas andam haha (:



domingo, 24 de janeiro de 2010

Amizade



A amizade, quando verdadeira, é maior e mais forte que qualquer outro substantivo. Assim como temos os 3r's para salvar o meio ambiente, temos os 3d's para salvar a amizade: superar discórdias, distâncias e, principalmente, diferenças.

Nenhuma briga entre verdadeiros amigos pode ser tão grande que não seja resolvida com uma conversa ou, simplesmente, um abraço. Nenhuma distância pode ser tão grande para substituir ou ser substituído por outra pessoa. Nenhuma diferença pode ser tão grande para evitar o outro ou ser evitado; São essas diferenças que complementam verdadeiros amigos.

Em uma amizade, guarda-se grandes experiências que, mesmo bobas e não percebidas naquele momento, podem ser necessárias no futuro. E serão. Com ela, você aprende que precisa ouvir outras opiniões e respeitá-las, por mais estranhas que sejam. Aprende que deve viver a sua vida preocupando-se também com o bem do outro. Aprende que compartilhar é uma dádiva e que não há ninguém como um amigo para lhe ajudar a superar obstáculos.

A amizade é uma família que temos a chance de escolher. Ter um amigo é como ter um irmão. Ser um amigo é como ser um pai. Compartilhamos nossos segredos àquele que está ao nosso lado, independente do momento, assim como aconselhamos um amigo a seguir o melhor caminho, mesmo que, para isso, seja necessário falar o que não gostaria.

Costumo dizer que, da mesma forma que alguém pode adicionar valores em outra pessoa, também pode destruí-los em um piscar de olhos. Conseguir amigos é essencial para a vida, mas quantidade não significa qualidade. Devemos, portanto, escolher bem nossas amizades e prezar pelo bem do próximo. Sendo assim, sem que perceba, terá grandes amigos, pois assim como escolheu, também será escolhido.



Se me perguntarem o que significa amizade? Respondo com nomes. Dedico este post àqueles que sabem o quão importantes são para mim. Obrigada!


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Saudade


A saudade é um sentimento que me incomoda, tanto pela complexidade do seu significado quanto pela sua constante presença.

Para falar a verdade, todo sentimento - medo, amizade, tristeza - é difícil de ser explicado. O problema da saudade é que ela engloba muitos deles. Não existe saudade sem perda; Não existe saudade sem amor; Não existe saudade sem distância. Esta não significa apenas uma separação por terra. Há quem sinta saudade pela distância de seu antigo eu, do jeito de ser do outro; ambos longe naquela mudança repentina de hábito.

Uma vez que a saudade existe, acabá-la é quase impossível. Quer dizer, ela pode sumir por um tempo se formos até ao local, até à pessoa ou atrás daquilo que sentimos falta. Mas se essa ida for temporária, assim também será o sentimento em questão. Um dia, cedo ou tarde, ele volta.

Sentir saudade não é vergonhoso e, de certa forma, também pode ser positivo. Se ela existe, significa que você fez algo na vida que valeu a pena e levou consigo bons momentos que, infelizmente, não voltarão da mesma forma; mas a saudade não o deixará esquecê-los.

Mesmo que esse sentimento incomode em algum momento, não há uma cura. Para não tê-lo, deve-se evitar bons momentos. Evitando bons momentos, de que adianta viver? A vida é feita deles. Portanto, se algum dia inventarem a cura para a saudade, não a quero, pois junto com a saudade vai aquilo que me sustenta: a felicidade.