Acabei de ler uma revista na qual continha uma reportagem sobre a substituição dos livros. Sim, aquele conjunto de papéis com letras a tinta e uma capa ilustrativa terá seu fim. É o que afirma pesquisadores. Inventaram, já há algum tempo, um mini-monitor portátil que simula um papel e não há presença de luz na tela, o que não causa aquele cansaço na vista.
Entretanto, essa invenção não conseguiu desbancar o livro. Claro. Livro é livro. Particularmente, consigo me infiltrar mais na história quando tenho esse futuro-obsoleto conjunto de papéis em mãos. Mais ainda: esse meu envolvimento vai além do eu-trama para o eu-objeto. Não entendeu? Eu explico. Crio um sentimento com aquilo que leio. É como se aquelas páginas fossem a ponte para se chegar à história. Eu posso tocá-la!
Como uma assídua devoradora de livros, recordo-me muito bem da minha tristeza ao terminar de ler toda a série Harry Potter. Que fique entre nós, mas eu abracei aquele último livro como alguém abraça um amigo que não verá por um bom tempo. E aquele abraço me confortou.
Falando nisso, nunca me esquecerei do dia mais decepcionante da minha vida. Era uma manhã comum de domingo, tediosa se não fosse por um motivo: no dia seguinte, completaria 11 anos de idade. Sabe-se que meu ídolo de infância citado anteriormente foi chamado para estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts ao completar seu décimo primeiro aniversário, recebendo uma carta através de uma coruja. Pois bem. Eu também esperei essa carta! Para a surpresa de todos, ela não chegou. Acredita?
Voltando ao assunto das invenções, criaram também o iPad que se constitui de uma tela maior, mais elaborada, mas com luz no visor. Falharam novamente. Agora, estão tentando conciliar a primeira invenção com a segunda. Será que não cansam? Apostam no sucesso total, assim como o fim do vídeo-cassete.
O fato é que é tão bom ter os livros ao nosso alcance, senti-lo com as mais variadas percepções organolépticas e observar aquela estante cheia. E outra: a única coisa que meus pais nunca rejeitam comprar quando peço é o livro. Então, pra que acabar com eles?!
Pode ser uma ameaça esse nosso futuro tecnológico, mas certas coisas são eternas. O livro vai sumir. Ah, a carta que espero desde os 11 anos também vai chegar.
ps.: crônica criada para o jornalzinho de minha escola. Sob pressão as coisas andam haha (: